28 setembro 2007

Candeeiro (23)

O inferno do trânsito. Tentei regressar a casa pelo caminho habitual. O engarrafamento era de tal ordem que alterei o meu percurso. Vim pela Av. Brasil. Felizmente. Também havia trânsito mas as paragens deram para tirar umas fotografias pela janela do carro.
Um candeeiro dos antigos que, para gáudio meu, sobreviveu ao desbaste que vitimou tantos deles na Foz do Douro. Ao longe o mar a fazer frontreira com um céu que mostra que o tempo vai mesmo mudar.

27 setembro 2007

Um pouco de cor...

... da Ponte da Barca.

26 setembro 2007

Poetas populares

Nos mais de 1000 livros que já limpei e inventariei, encontrei estes quatro volumes de "Poetas Populares". É um trabalho de compilação que o Dr. Fernando Cardoso elaborou na década de 70 e onde apresenta a poesia de barbeiros, calafates, ardinas, calceteiros, etc.
Aqui ficam, do 1º volume, uns pedacinhos esparsos ...

... de António Aleixo (1899-1949) - cauteleiro

Engraxadores sem caixa
há aos centos na cidade
que só usam da tal graxa
que envenena a sociedade.

Quantas sedas aí vão,
quantos brancos colarinhos,
são pedacinhos de pão
roubados aos pobrezinhos.

... de Manuel Alves (1843 - 1901) - cavador

Nobre e altivo Portugal,
Foste outrora o mais valente,
Hoje tão pobre e doente,
Inpério feito hospital
Saquearam-te o metal,
Altos senhores de cartola,
Partiu a doirada mola
À chave do teu dinheiro,
À porta do estrangeiro
Bates, pedindo esmola.

... de Silva Peixe (1902 - ?) - marinheiro

Honrado e pobre, longe de ilusões!
Pensador; esse dom que é muito meu!
Não sou ninguém nem tenho pretensões
De ser o que não sou. Quero ser EU.

... de Martinho Rita Bexiga (1913 - ?) - mecânico

Com teu Divino poder;
Meu Deus! se a gente merece,
Só tu nos podes valer
Grita o povo em alta prece.

... de José Maria da Silva (1860 - 1940) - serralheiro

A política! Que aversão m'inspira!
transforma o cordeiro em fera bruta,
Uma simples palavra em vil disputa,
A placidez em desmedida ira.

Atendendo às breves eleições no PSD, escolhi uns pedacinhos que tivessem algo a ver com política. Coitados dos sociais-democratas. Terem que escolher entre o mau e o péssimo!...

25 setembro 2007

O Presidente da Câmara de Lisboa...

... em 1968 era António Vitorino da França Borges. Agradeço ao mfc e ter-me dado esta informação.

Candeeiro (22)

Candeeiro de Barcelos, 2007
De Barcelos recebi uma saudação especial e a renovação de um convite que aceito com o maior prazer pela pessoa que mo fez e pela terra linda que esta é. Só falta marcar o dia e eu lá estarei.

24 setembro 2007

Quem era?

No dia 13 perguntei quem era o Presidente da República que presidiu ao II Congresso Luso-Brasileiro de Radiologia. Para a Edna B aqui vai a resposta. Era Américo de Deus Rodrigues Tomás.
Hoje tenho o convite, que o Presidente da Câmara de Lisboa enviou aos mesmos congressistas, para uma recepção.
Quem era o Presidente da Câmara de Lisboa em 1968? Eu não sei e não consegui encontrar nas minhas pesquisas. Quem me ajuda?

22 setembro 2007

8ª Estágio Nacional de Orquestra Aproarte

Ontem deitei-me tarde mas com o coração cheio de alegria. Assisti ao concerto que é o culminar do 8º Estágio Nacional de Orquestra Aproarte. Como a comunicação social não liga rigorosamente nada a este evento, tenho eu o prazer (a tinta_azul também o fará) de partilhar convosco um dos raros momentos que me fazem sentir orgulho de ser portuguesa.
A maior parte das pessoas nem sabem o que isto é pelo que passo a escrever o que consta do programa do cancerto a que assisti ontem.
"Em 1989 teve início uma experiência inovadora do ensino da música em Portugal: em duas pequenas cidades do Norte do país foram criadas as primeiras Escolas Profissionais de Música, projectos originais de iniciativa privada, com o apoio do Estado Português e financiamento da Comunidade Europeia. O sucesso e os resultados apresentado por estas escolas rapidamente permitiram constatar que se estava em presença de algo diferente, susceptível de mudar o panorama do altamente deficitário ensino da música em Portugal.
Destinadas objectivamente a proporcionar aos jovens uma preparação adequada para a vida activa, as escolas profissionais de música, constituindo-se como uma alternativa ao sistema formal de ensino de nível médio (12 aos 18 anos), foram sucessivamente alargadas a outras regiões do país.
...
A necessidade de consolidar o ensino profissional artístico e de aperfeiçoar e reforçar a sua identidade, dando-lhe um carácter nacional, está agora na criação da AROARTE – Associação Nacional do Ensino Profissional da Música e Artes, constituída no ano de 1999 e integrando actualmente como associadas todas as escolas Profissionais de Música em actividade.
A Orquestra Sinfónica da APROARTE surgiu em 1999, como consequência natural da criação desta Associação Nacional, que pretende promover e dignificar o ensino da música, artístico e profissional, valorizando a comunicação e troca de experiências, nomeadamente no sentido da formação e consolidação do corpo técnico, docente e discente."

Aqui temos a entrada dos nossos jovens que terminam o seu ensino médio com este magnífico concerto no Europarque.


A orquetra dos nossos meninos é conduzida pelo maestro Ernst Schelle e, este ano, estes jovens portugueses foram acompanhados na primeira parte do concerto pelo violinista Boris Belkin.

O final da primeira parte com Ernst Schelle e Boris Belkin.

O final do concerto com os nossos jovens a serem ovacionados de pé por uma sala cheia de familiares, colegas e todos os que, como eu, marcam presença assídua, com a alma cheia de orgulho pelo que pouco que de bom se faz no ensino em Portugal.
Esta orquestra tocou neste concerto, o Concerto para violino, Op.77 de Brahms, na primeira parte e a Sinfonia nº 5, Op.64 de Tchaikowsky, na segunda. Magnífico!
Parabéns a estes jovens! Parabéns a estes formadores! Parabéns a esta orquestra que nada fica a dever a qualquer outra orquestra nacional ou internacional!
Para o ano lá estarei para assistir ao final do 9º Estágio Nacional de Orquestra da APROARTE.
Resta-me enumerar as Escolas responsáveis por este concerto
ARTAVE - Escola Profissional Artística do Vale do Ave
EPMVC - Orquestra Profissional de Música de Vila do Conde
ESPROARTE - Escola Profissional de Música de Mirandela
EPME - Escola Profissional de Música de Espinho
EPABI - Escola Profissional de Artes da Beira Interior
EPAM - Escola Profissional de Artes da Madeira
(a falta de qualidade das fotografias deve-se ao meu equipamento rudimentar e às condições em que tive de o utilizar)

21 setembro 2007

Que rico almoço!

Almocei do lado de lá, com os "pés no rio" a ver a cidade onde nasci. Entre nós passeavam barcos...

Este é o lado do Edifício da Alfândega que não se vê do Porto.

Petisquei uns enchidos divinos com pimentos padrón...

... tudo acompanhado de sangria.

A boa vida é mesmo boa!

20 setembro 2007

Remorso

Às vezes uma dor me desespera...
Nestas ânsias e dúvidas em que ando,
Cismo e padeço, neste Outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.

Versos e amores sufoquei calando,
Sem os gozar numa explosão sincera...
Ah! Mais cem vidas! com que ardor quisera
Mais viver, mais penar e amar cantando!

Sinto o que desperdicei na juventude;
Choro neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude.

Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse!

Olavo Bilac

18 setembro 2007

Barcelos

Uma terra bonita e bem cuidada.

17 setembro 2007

Soneto LV

Nos meus trabalhos (que nunca mais acabam...) com os livros que foram do meu Pai, encontrei três tomos encadernados, pequeninos (7,0 cm x9,7 cm) de 1828 com a Obra Poética de Nicolao Tolentino de Almeida. Abri o tomo I ao acaso e saiu-me este poema delicioso ao qual, obviamente, não alterei a ortografia, e que partilho com todos.

Chaves na mão, melena desgrenhada,
Batendo o pé na casa, a Mãi ordena.
Que o furtado colxão, fofo, e de penna,
A Filha o ponha alli, ou a Criada.

A Filha, Moça esbelta, e aperaltada,
Lhe diz co'a doce voz, que o ar serena:
"Sumio-se-lhe hum colxão, he forte pena;
Olhe não fique a casa arruinada"

"Tu respondes-me assim? tu zombas disto?
Tu cuidas, que por ter Pai embarcado,
Já a Mái não tem mãos?" E dizendo isto,

Arremette-lhe á cara, e ao penteado;
Eis senão quando (caso nunca visto!)
Sahe-lhe o colxão de dentro do toucado.

16 setembro 2007

Sábado no campo

Nada como o campo, em boa companhia, para retemperar. Sossego, boa comida e boa bebida.
Um cáu azul para além dos verdes.
Uma quinta deliciosa e linda...

As peras a amadurecer nas árvores...
Os diospiros até vergam os ramos...
Os marmelos bons para colher...

13 setembro 2007

Relíquias

Continuo mergulhada em livros, pó e mofo e continuo a encontrar relíquias. Desta vez é um recorte de um jornal que noticia uma carta escrita por Humberto Delgado a Craveiro Lopes. Este recorte não tem data mas terá de ser entre 1951 e 1958 já que foi nesse tempo que Craveiro Lopes foi Presidente da República.
Que carta escreveria hoje Humberto Delgado aos ilustres governantes deste país?

12 setembro 2007

Quem era?

Para os mais novos fica a pergunta. Quem foi o Presidente da República que esteve presente na inauguração solene do II Congresso Luso-Brasileiro de Radiologia em 1968?

11 setembro 2007

Regresso às aulas

Para os alunos e para mim, depois de um ano noutras funções. É tempo de fazer planificações, grelhas, listagens de objectivos, testes,...
Esta foi a minha ferramenta de trabalho durante muitos anos. Nesta máquina bati a stencil muitos testes que muitos homens e mulheres que andam por aí resolveram.

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades e mudam-se as ferramentas de trabalho.

... e, como vêm, ainda funciona embora a memória seja de 16 KB. Oh gente nova, não é para rir! É mesmo verdade.
Hoje, como senhora respeitável que sou, tenho outro portátil (sempre tive portáteis... as lentes progressivas tal me exigiam...) mas todo artilhado.
Um bom ano lectivo para todos, apesar da equipa governativa que temos...

09 setembro 2007

Propaganda médica dos anos 60


No ano em que o homem foi à Lua, um Laboratório enviou este postal a propagandear Hostaciclina 500. Encontrei no meio de um livro e achei giro o humor naif do texto.

08 setembro 2007

Já não há bilhetes...




Fiz, com as minhas irmãs, as partilhas dos livros do meu Pai. Trouxe para casa uma quantidade louca de livros que estavam há anos fechados no escritório que foi do meu Pai. Tenho passado os meus fins de semana e fins de tarde mergulhada em livros, pó, mofo e computador para o inventário. Além dos livros (o meu Pai tinha uma excelente biblioteca) tenho encontrado documentos interessantíssimos. Este é um anúncio de um espectáculo que se realizou no Teatro Avenida, em Coimbra, em 1940. Estava dentro de um dos livros.
Vale a pena clicar na imagens para ampliar e ver os pormenores.

07 setembro 2007

Cidade dos estudantes

Coimbra vista do Forum Coimbra. A cabra da velha torre lá em cima, a Sé Velha mais à esquerda, o Mondego em baixo...
Aqui vivi muitos anos com os meus Pais. Aqui vive a minha Mãe e duas das minhas irmãs. Aqui, no Liceu Infanta D. Maria, fiz o 6º e o 7º anos. Aqui, na Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra, fiz os preparatórios de Engenharia Química. Aqui assisti às latadas e à Queima quando estes festejos tinham razão de ser; eram festas genuínas dos estudantes não patrocinadas pelos produtores de cerveja. Aqui assisti aos acontecimentos de 1969, que começaram quando Américo Tomás e a sua comitiva foram vaiados pelos estudantes, na inauguração do edifício das Matemáticas, e culminaram com a greve geral de estudantes. Em todo este conflito eu estive inocente acreditando que não era um movimento político... era muito nova!... Aqui aprendi a ouvir o fado de Coimbra.
Uma cidade que marcou muitas gerações.

06 setembro 2007

A caminho do azul...

... em Arcos de Valdevez.

04 setembro 2007

Eu sabia...

... que um dia ia encontrar um amor perfeito. Nem quis demasiado nítido não fosse encontrar algum defeito...

De volta...

Se a vida dá uma volta completa num dia, também volta a dá-la no dia seguinte. Afinal a minha mudança profissional durou um fim de semana. Tudo ficou como estava... na santa paz.